O que ocorre há décadas no nordeste Brasileiro é que o fenômeno natural das secas ensejou o surgimento de um fenômeno político denominado indústria da seca.
Os grandes latifundiários nordestinos, valendo-se de seus aliados políticos, interferem nas decisões tomadas, em escala federal, estadual e municipal. Beneficiam-se dos investimentos realizados e dos créditos bancários concedidos. Não raro aplicam os financiamentos obtidos em outros setores que não o agrícola, e aproveitam-se da divulgação dramática das secas para não pagarem as dívidas contraídas. Os grupos dominantes têm saído fortalecidos, enquanto é protelada a busca de soluções para os problemas sociais e de oferta de trabalho às populações pobres.
Os trabalhadores sem terra (assalariados, parceiros, arrendatários, ocupantes) são os mais vulneráveis à seca, porque são os primeiros a serem despedidos ou a terem os acordos desfeitos.
A tragédia da seca encobre interesses escusos daqueles que têm influência política ou são economicamente poderosos, que procuram eternizar o problema e impedir que ações eficazes sejam adotadas.
Até a nossa Pentecoste que tem um dos maiores potenciais hídricos do estado e está localizada numa região que é cortada por um rio perene(Curú)está incluída na situação de emergência. Só que no nosso caso é falta mesmo de competência, gerência e visão.
Por Afonso Chaves Jr.
Professor
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