Governador Camilo Santana (PT) |
O governador Camilo Santana (PT) criticou ontem decisão do PT Fortaleza que lançou Luizianne Lins pré-candidata à Prefeitura. Defendendo aliança com Roberto Cláudio (PDT) como “mais que natural”, o petista garantiu ainda que deverá participar, “conforme sua consciência”, da campanha em Fortaleza. Ele ainda não descarta se licenciar do PT durante a disputa.
“Claro que eu, como cidadão, vou participar (da campanha), vou ter meus candidatos (...) todos sabem da minha relação com o prefeito Roberto Cláudio, que aliás acho que foi um dos melhores prefeitos que Fortaleza já teve”, disse Camilo, em entrevista ao programa Jogo Político, da TV O POVO, apresentado pelo jornalista Fábio Campos.
Segundo Camilo, decisão pela pré-candidatura foi “errada e precipitada”, e deveria ter tido maior debate no partido. “Acho que o PDT é um partido aliado, o partido que mais defendeu a Dilma, que mais foi contra o impeachment. É aliado nacional, aliado no Estado. Então era mais do que natural que houvesse uma aliança municipal, até pela ótima gestão que tem sido feita”.
No final de maio, o nome de Luizianne foi definido como pré-candidata à Prefeitura por aclamação entre delegados do PT de Fortaleza. Houve apenas uma abstenção entre os 155 votantes do partido. Esta foi a 1ª vez que Camilo, que vinha defendendo que o partido adiasse qualquer definição, se manifestou mais diretamente sobre a postura do partido.
“Projeto pessoal”
O governador disse ainda “não querer acreditar” que a ação tenha ocorrido por questões pessoais. “Estou na vida pública porque acredito na mudança, e não por projeto pessoal. Não sou governador porque quis, mas sim por um projeto. Nós temos mais convergências do que divergências com o prefeito, então por que não sair juntos? Por conta de uma disputa do passado?”.
Questionado se considerava a opção de deixar ou se licenciar do PT durante a campanha, Camilo disse que tomará a decisão “no momento certo”. Interpelado então sobre se ele não descartava a opção, o petista abriu largo sorriso e foi direto: “Bom, na vida ninguém pode excluir nada”.
Perguntado se considerava a definição do PT “irreversível”, Camilo lembrou que só foi confirmado candidato ao governo “dois dias antes da convenção”. “As convenções são só em julho. Não quero dizer que pode mudar, mas tudo pode acontecer. Na política tudo é possível, então vamos aguardar”.
O governador também descartou que uma intervenção federal poderia o “forçar” a permanecer neutro na disputa. “Desconheço qualquer movimentação nesse sentido, mas tomarei minha decisão própria. No momento certo, vou anunciar qual será minha postura, sempre de acordo com a minha consciência, com meu estilo”.
Luizianne, por sua vez, tem evitado pressionar o governador por seu apoio nas eleições deste ano. Na disputa de 2014, a própria petista não teve empenho destacado pela campanha de Camilo ao governo. Na época, aliados dela e até sua mãe participaram ativamente da campanha de Eunício Oliveira (PMDB) ao cargo.
O Povo
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