segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

“Metrô de Fortaleza corre o risco de não ser usado”, afirma especialista

A presidente Dilma Rousseff está em Fortaleza nesta segunda-feira (27), para acompanhar o andamento das obras da Linha Sul e dar o pontapé inicial para mais duas etapas do Metrô de Fortaleza: as linhas Parangaba-Mucuripe e Leste. Apesar do clima de inauguração, os trens elétricos só começam a rodar em junho, em fase de testes e por poucas estações.

Mas o projeto vem causando dor de cabeça. Tudo começou há cerca de 25 anos quando foi criado o consórcio do Trem Metropolitando de Fortaleza, que já visava a instalação do novo veículo. As obras do metrô de Fortaleza só iniciaram em 1999, e se “arrastam” até então.

Depois de vários impasses e paralisações, o transporte coletivo deve transportar os primeiros passageiros no dia 15 de junho deste ano, mas apesar da ansiedade da população, o esforço ainda não garante o sucesso das linhas de trens elétricos.

Segundo o professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará, José Sales, a não-integração entre ônibus e metrô faz com que o projeto corra o risco de não ser utilizado pela população. “Qualquer sistema como o que está sendo construído tem obrigação de estar integrado às outras formas de transporte coletivo da cidade”, afirmou.

No projeto original, criado em 1985 e intitulado Plano de Modernização da Linha do Trem de Fortaleza, o panorama vivido pela Capital era bem diferente. E, de acordo com o professor José Sales, o Metrofor “não se modernizou adequadamente durante os últimos 27 anos”.

As obras

O presidente em exercício do Metrofor, Edilson Aragão, confirmou que mais de R$ 1,7 bilhão foi investido na construção da Linha Sul, quase o triplo do que estava previsto no projeto inicial. No entanto, mesmo com o alto investimento, a obra começa a funcionar comercialmente sem duas das 20 estações projetadas. Segundo Edilson, “as estações Juscelino Kubitschek (antiga Montese) e Padre Cícero só estarão prontas para a Copa do Mundo de 2014”.

Outro ponto que gera discussão e que já foi citado é a não-integração entre ônibus e metrô. Segundo Edilson a tendência é que os projetos de integração sejam executados nos próximos anos. Mas, em um primeiro período os passageiros terão de pagar duas passagens diferentes para usar o transporte rodoviário e metroviário em uma só viagem.

Inclusive a estação da Parangaba, situada em um dos pontos mais populosos de Fortaleza, localizada há poucos metros do terminal de ônibus não estará integrada. Segundo o professor de Arquitetura e Urbanismo da UFC, José Sales, se deparar com este estágio “chega a ser imbecil”.

Infográfico

Para explicar os impasses ao longo deste 25 anos, o Jangadeiro Online preparou um infográfico especial com uma linha do tempo. Confira:


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