terça-feira, 18 de outubro de 2011

PARABÉNS PRECE PELOS SEUS 17 ANOS


Exatamente no dia 18/10/1994, iniciou-se numa velha casa de fazer farinha na comunidade rural de Cipó, que era composta por apenas 10 famílias. Uma iniciativa de “loucos” que não sabia onde ir chegar, porém o tempo passou e os resultados são magníficos. Quero parabéns todos “precistas” e colaboradores que durante esses 17 anos tiveram presentes nas vidas de varias pessoas. Que a confiança e os desafios aumentem a cada dia.
Texto Beto Félix

“A juventude se encontrava sem nenhuma perspectiva de qualquer mobilidade social e de futuro. O sonho da maioria deles era sair da sua terra para ganhar a vida nas cidades grandes”.

O Programa de Educação em Células Cooperativas (PRECE) começou em 1994, em uma pequena comunidade rural do Município de Pentecoste no Estado do Ceará, denominada de Cipó. Distante 18 km das sede do município e 103 km da capital do estado, nessa comunidade de apenas 10 famílias, não havia água potável, telefone, energia elétrica e nem representantes, politicamente, importantes.

No início do programa, muitos jovens da região não tinham nenhuma perspectiva de darem continuidade aos estudos, já que lá não havia escolas de Ensino Médio. Quando estes concluíam o ensino fundamental, se é que chegavam a concluí-lo, normalmente, paravam de estudar, pois a maioria não tinha como se deslocar para a sede do município ou para Fortaleza (capital do estado) para lá completarem o ensino básico.

Nesse contexto, a juventude se encontrava sem nenhuma perspectiva de qualquer mobilidade social e de futuro. O sonho da maioria deles era sair da sua terra para ganhar a vida nas cidades grandes. Com esse sonho, muitos jovens deixavam suas famílias para morar nas periferias das Capitais, mendigando um subemprego, que quando tinham a sorte de conseguir, na maioria das vezes não remunerava o suficiente nem para a própria alimentação e transporte, quanto mais para bancar a continuidade dos estudos.

O PRECE começou nesse contexto. E começou como uma simples e despretensiosa iniciativa de um jovem professor (34 anos) da Universidade Federal do Ceará, filho de uma família de agricultores da comunidade de Cipó. Esse jovem havia saído do Cipó para estudar em Fortaleza quando ainda era criança, mas nunca perdeu o contato com sua gente.Conseguiu graduar-se em Química, e depois que se tornou professor da Universidade Federal do Ceará, após o que se engajou ainda mais fortemente, com os problemas da comunidade. Sempre inconformado com a situação educacional dos jovens de seu torrão de origem, onde até hoje seus pais residem, ele deu inicio a esse projeto.

A idéia não nasceu no ambiente acadêmico da universidade, até porque seu idealizador não tinha formação pedagógica e nem foi baseada ou motivada pelas idéias pedagógicas de pensadores e teóricos da educação. Apesar de se saber hoje que seus pressupostos teóricos estão de acordo com as concepções filosóficas e ideológicas de muitos renomados educadores, o projeto foi gestado empírica e endogenamente, pela necessidade, e através do potencial da própria comunidade.

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