quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CPF de morto é usado para pagamentos pela Prefeitura


Um homem falecido há quase três anos aparecia, até o último dia 10, na lista oficial de despesas da Prefeitura de Crateús. De acordo com o Portal da Transparência do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Antônio Lisboa Bonfim teria recebido, após a morte, R$ 11,4 mil pelo aluguel de um imóvel no distrito de Curral Velho, onde está instalada uma unidade de saúde.

A situação foi descoberta, por acaso, por uma filha de Bonfim, Jacqueline Freitas, durante uma busca pelo nome do pai na Internet. Não apenas o nome, mas também o CPF de Bonfim constava na lista de beneficiários dos pagamentos. A história acabou indo parar na Câmara Municipal de Crateús, onde um ex-vereador de oposição questionou a prática.

De acordo com o prefeito Carlos Felipe (PCdoB), tudo não passou de um engano. “Quem está recebendo o dinheiro do aluguel está vivo. É um homônimo, chamado Antônio de Lisboa Bonfim. A diferença é só um ‘de’. Houve confusão”, alegou. O secretário de Saúde de Crateús, Humberto César, confirmou a versão e disse ainda que a troca de CPF teria ocorrido apenas no Portal da Transparência. Segundo César, “o operador de sistema da contabilidade da Prefeitura preencheu os formulários com o nome do Antônio Bonfim errado (o falecido), sem ter checado o número do CPF”.

O secretário disse ter como comprovar que o dinheiro foi repassado ao dono, ainda vivo, do imóvel em Curral Velho, através de documentos da Receita Federal.

Quem é
Questionada sobre como o CPF do falecido foi parar no Portal da Transparência, a Prefeitura de Crateús afirmou que o beneficiário falecido é ex-funcionário do Município e que, mesmo após sua morte, continuou com os dados no sistema. O TCM alega que a responsabilidade sobre as informações prestadas ao Portal é da Prefeitura.

E agora

ENTENDA A NOTÍCIA

O secretário de Saúde de Crateús disse que solicitou a mudança de dados no Portal da Transparência, alterando o CPF de Antônio Lisboa Bonfim (falecido) para o de Antônio de Lisboa Bonfim (vivo). O dono do terreno alugado para a Prefeitura diz que tem parentesco com o morto.

Hébely Rebouças
hebely@opovo.com.br
Fonte: O Povo online

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