quarta-feira, 1 de junho de 2016

Ceará tem pior quadra chuvosa dos últimos quatro anos.



O período com maior volume de chuvas no Ceará chegou ao fim ontem com números alarmantes. A quadra chuvosa deste ano foi a segunda pior em volume de água observado desde 2012, segundo dados preliminares da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Entre os meses de fevereiro e maio — período que compreende a quadra chuvosa —, foram registrados 350,2mm de precipitação, de acordo com a Funceme. O número representa um valor 41,7% menor que a média histórica e é inferior ao obtido nos últimos quatro anos.

Meteorologista da Funceme, David Serrana ressalta o caráter preliminar desses dados — eles podem ser modificados de acordo com informações de chuvas ainda não catalogadas pela fundação nos últimos dias de maio. A Funceme deve convocar, nesta primeira quinzena de junho, entrevista coletiva para divulgar análise da
quadra chuvosa.

“Vamos fazer ainda uma reunião de avaliação da quadra. Alguns dados ainda não estão disponíveis. O que dá para adiantar é que a previsão ficou dentro da categoria do mais provável”, adianta David.

Situação preocupante

Independentemente dos ajustes nos dados da Funceme, a situação hídrica no Ceará é preocupante. O volume dos reservatórios do Estado está atualmente em 12,89%. No fim da quadra chuvosa de 2015, o nível dos açudes e mananciais estava em 18,6%, o que representa uma queda de 30% no volume.

Maior reservatório do Estado, o açude Castanhão encerra a quadra chuvosa com apenas 9,17% da capacidade. Há um ano, tinha 20,77%.

A queda em mais de 55% no volume do Castanhão acende sinal de alerta para o reservatório responsável pelo abastecimento de água na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Amanhã, em Quixadá, no Sertão Central, será discutida entre a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e os comitês de bacias a possibilidade de o açude Orós (segundo maior do Estado) ser utilizado como reserva para o Castanhão.

Chuva

No último dia da quadra chuvosa, a Funceme registrou precipitações em 50 municípios do Estado. O maior volume foi observado na cidade de Pereiro (a 328km de Fortaleza), com 42 mm. Na Capital, o posto Castelão registrou o maior volume: chuva de 1,7 mm.

As chuvas de ontem têm relação com as observadas em Recife e que deixaram boa parte da capital pernambucana alagada. “Elas estão ligadas às ondas de Leste, que atingem a costa do Nordeste neste período de maio, junho e julho. Esta é a época de maior chuva em Pernambuco”, cita David Serrano.

O Povo Online

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